segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Porque todo dia é dia...

O professor- Tânia Maya



Quem com pó de giz
Um lápis e apagador
Deu o verbo a Vinícius
Machado de Assis, Drummond?
Quem ensinou piano ao Tom?
Quem pôs um lápis de cor
Nos dedos de Portinari,
Picasso e Van Gogh?
Quem foi que deu asas a
Santos Dumont?
Crianças têm tantos dons
Só que, às vezes, não sabem
Quantos só se descobrem
Porque o mestre enxergou
e incentivou...
É, só se faz um país com professor
Um romance, um croquis, com professor
Um poema de amor, dim dim
Um país pra ensinar seus jovens eh
É, só se faz...
Um romance, um croquis, com professor
Um poema de amor, dim dim...
Quem com pó de giz...




segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Música no Multiuso


Orquestra Sinfônica de Florianópolis
e
Associação Coral de Florianópolis
com regência de
 Carlos Alberto Angioletti Vieira
e preparador do coro
Tibi Laus
Convidam para Concerto

Aberturas, Árias e Coros Operísticos
 no Teatro Centro Multiuso
Localizado na Av. Beira Mar de São José
Dia 28/09/2011   às 20h30min            Entrada gratuita

domingo, 11 de setembro de 2011

Variantes Linguísticas

Uma língua nunca é falada da mesma forma, sendo que ela estará sempre sujeita a variações, como: diferença de épocas (o  português falado hoje é diferente do português de 50 anos atrás), regionalidade (diferentes lugares, diferentes falas), grupo social (uso de “etiqueta”, assim como gírias por determinadas “tribos”) e ainda as diferentes situações (fala forma e informal).

Além das variações já citadas, há ainda outras variações, como, modo de falar de diferentes profissionais (linguagem técnica da área), as gírias das diferentes faixas etárias, a língua escrita e oral.
Diante de tantas variantes lingüísticas, é comum perguntar-se qual a forma mais correta. Porém não existe forma mais correta, existe sim a forma mais adequada de se expressar de acordo com a situação. Dessa forma, a pessoa que fala bem é aquela que consegue estabelecer a forma mais adequada de se expressar de acordo com a situação, conseguindo o máximo de eficiência da língua.
Usar o português rígido e sério (linguagem formal escrita) em uma comunicação informal, descontraída é falar de forma inadequada. Soa como pretensioso, artificial. Da mesma forma, é inadequado utilizar gírias, termos chulos e desrespeitosos em uma situação formal.
Ao se falar de variantes é preciso não perder de vista que a língua é um código de comunicação e também um fato com repercussões sociais. Existem muitas formas de comunicar que não perturbam a comunicação, mas afetam a imagem social do comunicador. Uma frase como “O povo exageram” tem o mesmo sentido que “O povo exagera”. Como sabemos o coletivo como conteúdo é sempre plural. Porém hoje a concordância é com a forma. Nesse particular, há uma aproximação máxima entre língua e etiqueta social. Falar “O povo exageram” , por exemplo, deprecia a imagem do falante.
Para resolver essas chamadas questões de correções de frase é aconselhável tomar os seguintes cuidados:
girias+2+a5.jpg (381×400)-checar problemas de acentuação, crase e grafias problemáticos;
-observar o verbo (conjugação, concordância, regência);
-observar os pronomes (colocação, função sintática);
-observar se as palavras estão sendo utilizadas em sua forma e sentido correto.
Um exemplo com esses problemas: Convidamos aos professores para que dê início as discursões dos assuntos em palta” Forma correta: “Convidamos os professores para que dêem início às discussões dos assuntos em pauta”(Prof. Marcos Duarte. Disponível em: www.infoescola.com.br)

domingo, 4 de setembro de 2011

Informatividade e o Senso-comum no Texto Argumentativo-Dissertativo

Chamamos informatividade as informações veiculadas através dos textos escritos ou visuais, como anúncios, artes plásticas, artigos, dentro outros tipos de textos.
O grau de informatividade de um texto é medido de acordo com o conhecimento de mundo das pessoas a que ele se destina. Ou seja, dizemos que um texto possui um alto grau de informatividade quando a compreensão mais ampla desse texto depender do repertório cultural do leitor.
Um texto é mais informativo quanto menor for sua previsibilidade, e vice-versa. Para que haja sucesso na interação verbal, é preciso que a informatividade do texto seja adequada ao interlocutor.
Uma grande parcela dos textos de circulação nacional veiculados pela mídia possui um grau médio de informatividade. Desta maneira, eles conseguem prender a atenção do leitor e, ao mesmo tempo, acrescentar-lhe novas informações.
Assim, textos contendo relatos de experiência em Química Orgânica, por exemplo, apresentará um alto grau de informatividade, quando direcionado a todos os públicos, pois na verdade ele interessa apenas a um público restrito: aqueles que dominam os conceitos desta área científica.
No entanto, se a informatividade do texto for muito baixa, o leitor pode desinteressar-se por ele, pelo fato de não apresentar nada de novo ou importante. Este tem sido um dos grandes problemas das redações de vestibulares. É necessário que estas produções apresentem um grau médio de informatividade, para que o texto não corra o risco de cair na obscuridade ou relatar o óbvio.
Um exemplo de informação óbvia é o que comumente chamamos “senso comum”. São argumentos aceitos universalmente, sem necessidade de comprovação. Por exemplo: “o homem depende do ambiente para viver”, ou ainda “a mulher de hoje ocupa um papel social diferente da mulher do século XIX”. Informações como estas já foram comprovadas historicamente, não precisam de justificativa. Por apresentarem um grau de informatividade muito baixo, têm um valor persuasivo menor.
Às vezes, o senso comum é confundido com “lugar comum”. Estas são informações obscuras, traduzidas em expressões como “o homem não chora”, “todo político é ladrão”, “mulheres dirigem mal”. Além de preconceituosas, não têm base científica, mas mesmo assim vêm sendo repetidas como se representassem uma “verdade universal”. Empregada dentro do texto dissertativo, acabam por causar incoerência textual, já que não têm base na realidade.
Assim, para que se construa um texto dissertativo que contenha informações relevantes ao leitor, é preciso pesquisar e confrontar diversas fontes sobre a mesma temática, a fim de que o texto apresente argumentos suficientes para levar o leitor a compreender seu raciocínio lógico.
Fonte
CEREJA, William Roberto & MAGALHÃES, Thereza Cochar. Texto e interação. São Paulo, Atual Editora, 2000.  
-texto adaptado

domingo, 28 de agosto de 2011

É preciso fazer um rascunho

Conforme tenho insistido nas nossas aulas, em todo processo de construção de um texto, há uma fase de elaboração de organização das idéias chamado rascunho. Como vimos, todo bom escritor passa por isso, e dentro da produção textual  no colégio o seu uso é indispensável.
Por outro lado, fazer um rascunho e passar a limpo sem antes fazer uma leitura atenta e crítica é uma atividade inútil e muitas vezes até irritante.
O rascunho serve para que o autor do texto se comporte como um leitor crítico e faça as devidas alterações visando a melhoria da qualidade do texto.
Para que se faça um bom rascunho é necessário treino e dedicação, é preciso que este seja feito várias vezes até que se adquira o hábito. Este é o primeiro passo para a produção de um bom texto.
Vamos então aos principais passos para o seu rascunho.
  • Antes do rascunho, a primeira coisa a ser devidamente pensada e avaliada em sua mente é a proposta de redação. Você não pode ter preguiça de ler e entender a proposta, pois a produção de um bom texto pode depender exatamente disso.
  • Logo depois que a proposta for entendida, as idéias que surgirem a respeito daquele assunto devem ser anotadas em forma de lista. Nessa fase do processo você não precisa pensar na relação que uma idéia tem com a outra. Apenas anote para não esquecer aquele ponto de vista sem antes pensar sobre ele.
  • Leia as anotações.
Caso você tenha poucas anotações, você deve fazer uma relação de sentido entre elas para que você possa determinar o objetivo do seu texto. Após relacioná-las, escreva o objetivo do seu texto, baseado nas idéias que você teve.
Caso você tenha muitas anotações o seu trabalho será inverso. Determine o seu objetivo, depois exclua as idéias que não corresponderem a ele. Faça uma nova lista só com as idéias que você acha que te ajudarão a chegar ao seu objetivo.
  • Determine começo meio e fim da sua redação, agrupando as idéias onde você acha que elas melhor se encaixam.
  • Produza a primeira versão do seu texto, transformando sua “lista de idéias” em parágrafos, lembrando sempre de obedecer às regras básicas de produção textual: paragrafação, pontuação, acentuação, sintaxe, coerência, coesão, etc.
  • Leia o texto produzido e verifique se ele está obedecendo à proposta de redação e se está conduzindo ao seu objetivo, já determinado anteriormente. OBS: nesta fase, dependendo da sua leitura crítica do texto, você correrá o risco de voltar ao ponto zero e começar novamente a redação. Caso isso aconteça reescreva-a tentando corrigir as falhas que você já notou.
  • Reescreva o texto (em definitivo).
  • Releia o texto e faça as correções gramaticais ou textuais necessárias.
  • Atenção: toda e qualquer modificação no seu texto deve ser feita até este momento da produção.
  • Pronto. Pode passar seu texto a limpo com a consciência bem mais tranquila e sem voltar atrás em nada. Neste momento você já produziu o texto, seu trabalho agora é trasnformá-lo em um documento copiando tal e qual ele se encontra. (texto adaptado)

A importância do Contexto...

Para se compreender um texto, é necessário saber em qual momento ele foi produzido e que situação externa esse texto se refere direta ou indiretamente. A isso chamamos contexto. Segundo Oswald Ducrot, lingüista atuante na área da Semântica, falar sobre o sentido de um enunciado, fora das circunstâncias possíveis de suas ocorrências, ou seja, fora do contexto e da situação, equivale a abandonar o terreno da experiência e da comprovação, para construir uma hipótese carente de demonstração.
Tomando como definição de texto a de Costa Val (1999:3), para quem “texto é uma ocorrência lingüística, falada ou escrita, de qualquer extensão, dotado de unidades sócio-comunicativa semântica e formal”, vamos exemplificar, numa sentença, o que seria o contexto. Observe o seguinte enunciado:
1. “Que belo dia!”
Sem se levar em conta o contexto, não se pode explicar o sentido desta frase. Poderia se imaginar que ela poderia se referir a um dia agradável, que a rotina flui sem imprevistos, ou poderia ter sido dita por alguém que ganhou na loteria. Não se sabe a que contexto se refere, se a um dia de sol após um período chuvoso ou se é um dia de chuva após meses de sol escaldante. Como não foi apresentada a situação em que esse enunciado foi proferido, há várias possibilidades de sentido nesta frase.
Observe agora a seguinte situação: Marcos acordou atrasado para o trabalho, tomou um ônibus lotado que quebrou durante o trajeto. Ele tomou um táxi para não se atrasar tanto, mas teve de descer a três quarteirões do edifício onde trabalhava, pois, como chovia muito, uma árvore caída na pista impedia a passagem de veículos. Chegou ao trabalho atrasado em uma hora e meia. Ofegante e nervoso, ele brada:
2. “Que belo dia!”
Nessa circunstância, essa mesma ocorrência equivale a:
“Que dia horrível!”
Enquanto no primeiro enunciado existe a multiplicidade de sentido, o segundo não está passível a outras interpretações, visto que o contexto, a situação na qual o enunciado foi proferido delimita o sentido da enunciação (a frase em seu uso concreto da comunicação).
O contexto situacional é formado por informações que estão fora do texto, sejam elas históricas, geográficas, sociológicas,literárias. Ele é essencial para uma leitura  mais eficaz, aproximando o interlocutor/leitor do sentido que o locutor/escritor quis imprimir ao texto.
Fontes
COSTA VAL, Maria das Graças.
 Redação e Textualidade. 2 ed. São Paulo, Martins Fontes, 1999, p. 3.



domingo, 21 de agosto de 2011

Sobre Intertextualidade


Intertextualidade  é um recurso que pode enriquecer um texto e acontece quando há uma referência explícita ou implícita de um texto em outro. Também pode ocorrer com outras formas além do texto, música, pintura, filme, novela etc. Toda vez que uma obra fizer referência à outra ocorre a intertextualidade.
Ela está  explícita quando o autor informa o objeto de sua citação. Num texto científico, por exemplo, o autor do texto citado é indicado, já na forma implícita, a indicação é oculta. Por isso é importante para o leitor  o conhecimento de mundo, um saber prévio, para reconhecer e identificar quando há um diálogo entre os textos. A intertextualidade pode ocorrer afirmando as mesmas idéias da obra citada ou contestando-as. Há duas formas de intertextualidade: a Paráfrase e a paródia.
Paráfrase
Na paráfrase as palavras são mudadas, porém a idéia do texto é confirmada pelo novo texto, a referência ocorre para atualizar, reafirmar os sentidos ou alguns sentidos do texto citado. É dizer com outras palavras o que já foi dito. Temos um exemplo citado por Affonso Romano Sant’Anna em seu livro “Paródia, paráfrase & Cia” (p. 23):
Texto Original
Minha terra tem palmeiras
Onde canta o sabiá,
As aves que aqui gorjeiam
Não gorjeiam como lá.
(Gonçalves Dias, “Canção do exílio”).
Paráfrase
Meus olhos brasileiros se fecham saudosos
Minha boca procura a ‘Canção do Exílio’.
Como era mesmo a ‘Canção do Exílio’?
Eu tão esquecido de minha terra…
Ai terra que tem palmeiras
Onde canta o sabiá!
(Carlos Drummond de Andrade, “Europa, França e Bahia”).
Este texto de Gonçalves Dias, “Canção do Exílio”, é muito utilizado como exemplo de paráfrase e de paródia, aqui o poeta Carlos Drummond de Andrade retoma o texto primitivo conservando suas idéias, não há mudança do sentido principal do texto que é a saudade da terra natal.
Paródia
A paródia é uma forma de contestar ou ridicularizar outros textos, há uma ruptura com as ideologias impostas e por isso é objeto de interesse para os estudiosos da língua e das artes. Ocorre, aqui, um choque de interpretação, a voz do texto original é retomada para transformar seu sentido, leva o leitor a uma reflexão crítica de suas verdades. Com esse processo há uma indagação sobre os dogmas estabelecidos e uma busca pela verdade real,  através do raciocínio e da crítica. Os programas humorísticos fazem uso contínuo do recurso da paródia, freqüentemente os discursos de políticos são abordados de maneira cômica e contestadora, provocando risos e também reflexão a respeito da demagogia praticada pela classe dominante. Com a mesma Canção do Exílio, teremos agora um exemplo de  paródia.
Texto Original
Minha terra tem palmeiras
Onde canta o sabiá,
As aves que aqui gorjeiam
Não gorjeiam como lá.
(Gonçalves Dias, “Canção do exílio”).
Paródia
Minha terra tem palmares 
onde gorjeia o mar
os passarinhos daqui
não cantam como os de lá.
(Oswald de Andrade, “Canto de regresso à pátria”).
O nome Palmares, escrito com letra minúscula, substitui a palavra palmeiras, há um contexto histórico, social e racial neste texto. Palmares é o quilombo liderado por Zumbi, foi dizimado em 1695, há uma inversão do sentido do texto primitivo que foi substituído pela crítica à escravidão existente no Brasil.
Referências
SANT’ANNA, Affonso Romano de. Paródia, paráfrase & Cia, 7.ed. São Paulo: Ática, 2000.
(disponível em: www. educanet.com. Texto adaptado)