Não é novidade que escrever um bom texto pode contribuir decisivamente para o ingresso na universidade. Daí a necessidade de treinar muito para quando chegar a hora... Hoje, dicas sobre argumentação, conforme prometi:
Para fazer um bom texto, é preciso mais do que estar informado. Escrever uma dissertação, por exemplo, requer um posicionamento diante do que vê, ouve ou lê. Diante da quantidade de informações disponíveis atualmente, é preciso, mais do que nunca, saber relacionar fatos, associar idéias, distinguir diferentes pontos de vista sobre um mesmo tema, o que é relevante, o que é secundário, o que é causa e o que é conseqüência.
Um texto é fluente quando conduz o leitor por meio de um raciocínio - a esse exercício da razão chamamos argumentação. Para argumentar de modo eficiente, deve-se lançar mão de exemplos adequados e lembrar que, por mais consistente e coerente que seja, toda idéia pode ser contestada. Assim, antecipar-se às possíveis réplicas, mostrando os outros lados da questão, é um valioso recurso argumentativo, por onde se pode envolver o leitor no raciocínio, levando-o à conclusão que se quer.
A todo custo deve ser evitado o simplismo, raciocínio vicioso praticado por quem omite dados importantes de uma questão, tratando-os como se fossem secundários. Defender a implantação da pena de morte com base no argumento de que "quem matou deve morrer" é um exemplo de simplismo. Afirmações que demonstrem radicalismo (político, religioso, moral etc.) podem criar no leitor uma predisposição negativa ante o texto - que, naturalmente, perde em eficácia argumentativa.
A linguagem deve ser simples e objetiva, atendendo ao padrão culto. O artificialismo decorrente do emprego de palavras menos usuais na tentativa de impressionar pode resultar pedante e falso. É importante que o leitor perceba um compromisso do autor com as próprias idéias.
(Baseado em Texto de Thais Nicoletti, Folha de São Paulo)
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